TEORIA SOCIOLÓGICA

Teoria Sociológica

Rever a contribuição dos Clássicos da Sociologia para a interpretação da sociedade é fundamental. Esse é um tema recorrente em questões de concursos e vestibulares. Então vejamos uma pequena síntese a respeito de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.

Karl Marx

             A sua interpretação da realidade está baseada em pressupostos materiais, ou seja, baseia-se naquilo que o ser humano pode ou não construir mediante seus esforços (trabalho).

Para Marx, a sociedade está dividida, essencialmente, em duas classes, as quais vivem em luta. A classe dos trabalhadores, proletariado, e a classe dos empregadores, burguesia, donos dos meios de produção. Segundo Marx, a origem dessa divisão em classes remonta as origens da humanidade. Segundo ele, a nossa história é a “história da luta de classes”. Essa luta se manifesta na disputa entre trabalhadores e patrões. Os primeiros lutando por melhores condições de vida e uma melhor divisão da riqueza socialmente produzida. Os patrões lutam por legitimar sua dominação e, ainda que veladamente, explorar seus funcionários.

Toda a sociedade, segundo Marx, está configurada para garantir e reproduzir um sistema de dominação. A burguesia faz com que seus interesses se expandam para todas as áreas da vida social. O trabalhador, nem sempre percebe que está enredado em uma trama de exploração. Essa não-percepção, Marx chama de alienação.

Embora não tenha sido Marx o criador do termo socialismo, foi ele quem o tornou “aplicável”. Baseia-se na inexistência da propriedade privada (o que acarreta no fim da burguesia) e na posse estatal dos meios de produção. O comunismo seria uma decorrência histórica do socialismo.

As questões de vestibulares que exploram a teoria marxista estão, via de regra, associadas à crítica ao modelo capitalista. Exploram a ideia de uma sociedade baseada no consumo e não centralizada no ser humano.

É bastante comum discutirem a lógica capitalista e a sociedade dividida em classes sociais. A condição material da existência e a ideia de luta de classes parece ser o que mais aparece em questões relacionadas à teoria marxista.

Por outro lado, não é comum questões relacionadas ao método propriamente dito. As bases, ou inspirações, hegelianas do pensamento marxista, nem sempre são exploradas nas questões.

Émile Durkheim

             A interpretação de Émile Durkheim se baseia da ideia da ordem social. O funcionamento e a ordem da sociedade devem prevalecer sobre os interesses individuais.

Para que uma sociedade “funcione” é essencial que existam regras. A ausência delas, Durkheim chama da anomia. Essas regras são criadas e reproduzidas pelas instituições sociais. Elas devem refletir a vontade coletiva. A ênfase deve estar na coesão, integração e manutenção da sociedade.

Durkheim definia a Sociologia como “a ciência das instituições sociais, da sua gênese e de seu funcionamento”. Isso significa dizer que, para compreender os meandros de uma sociedade, bastaria perceber a dinâmica das instituições.

No que toca seu método sociológico, destacam-se três elementos. A exterioridade, a análise deve ser exterior ao indivíduo, fora da consciência do observador. A coercitividade, fora dos padrões de cultura. E a generalidade, os elementos observados refletem a coletividade.

Vários foram os seus trabalhos publicados: “As Regras do Método Sociológico” (1895), obra em que explora, segundo o autor, o objeto de estudo da sociologia, o fato social. Destaca que o indivíduo não pode ser estudado isoladamente. Para se compreender a sociedade a ser estudada é necessário perceber o indivíduo inserido em um grupo social. Dessa maneira é possível entender como se manifesta o fato social. Elemento esse, que significa, de maneira geral, o modo como as pessoas agem em virtude de seu convívio social.

Outro livro, que geralmente é citado ao se tratar de Durkheim, é O Suicídio (1897). Nesse livro é que desenvolve o conceito de anomia, citado acima. O autor buscava demonstrar que o indivíduo é determinado pelo meio em que vive e assim provaria a utilidade da Sociologia.

Quanto às questões de vestibulares que exploram a obra de Durkheim, é bastante comum que tratem da ideia de anomia, de fato social e das instituições formadoras de regras e objetivos.

Não é tão comum que se explore os conceitos referentes ao método sociológico propriamente dito.

Max Weber

            Weber é um autor, cuja ênfase está no indivíduo. Especificamente como o indivíduo cria seu universo de significações. Suas ações – a ação social – será decorrente da visão de mundo e de significados construídos pelo indivíduo. A ética (entendida aqui como conjunto de valores que norteiam as ações dos indivíduos) determina as suas ações.

A estas ações Weber categoriza suas manifestações. Ação tradicional com relação a fins, ação tradicional com relação a valor e ação afetiva. Separa-as na tentativa de interpretar as ações humanas.

Fala também a respeito do modo como a dominação é manifestada em sociedade, e novamente, as separa em dominação tradicional, dominação legal e dominação carismática.

Quando se pensa em método sociológico, Weber constrói a ideia de tipo ideal. Seria como um instrumento de análise. Funciona assim: para analisar um determinado fenômeno imagina-se o que representa o ideal, o que faria daquele fenômeno o ideal, a sua melhor manifestação. Todas as coisas que diferem do ideal podem agora ser categorizadas e analisadas. Trata-se de uma estratégia para nortear a análise de fenômenos sociais.

As questões de vestibulares que exploram a teoria weberiana apresentam-se geralmente relacionadas a ideia de como o indivíduo, segundo Weber, constrói suas ideias e concepções e, a partir dessas ideias, manifestam suas ações – a ação social.

É comum surgirem questões relacionadas às ações dos sujeitos (ação social), aos tipos ideais, à ideia de burocracia e aos tipos de dominação.

Não é tão comum explorar as influencias que o autor recebeu para chegar às suas conclusões, à sua teoria social.

Pierre Bourdieu

No quadro abaixo, apresentaremos um recorrente autor nas Ciências Sociais, trata-se de Pierre Bourdieu.

Uma introdução a Pierre Bourdieu

Pela discussão do gosto, Bourdieu denunciou as distorções na produção da cultura e na sua difusão educacional

[…]

A sociologia, para Bourdieu, é uma ciência que incomoda, pois tende a interpretar os fenômenos sociais de maneira crítica. Para os interesses desta introdução, vejamos apenas uma de suas muitas contribuições no campo da Sociologia da Cultura; mais especificamente, a maneira pela qual Bourdieu interpreta a formação do gosto cultural de cada um de nós, pondo em xeque um dos consensos mais difundidos de nossa história cultural, o de que gosto não se discute.

A produção do gosto

[…] analisando a variedade das práticas culturais entre os grupos, Bourdieu acaba por afirmar que o gosto cultural e os estilos de vida da burguesia, das camadas médias e do operariado, ou seja, as maneiras de se relacionar com as práticas da cultura desses sujeitos, estão profundamente marcadas pelas trajetórias sociais vividas por cada um deles […]

“Capital cultural incorporado”

[…] Bourdieu argumenta que essas instituições seriam a família e a escola; seriam elas responsáveis pelas nossas competências culturais ou gostos culturais. […] Assim, a distinção entre esses dois tipos de aprendizado, o familiar e o escolar, […] segundo Bourdieu, seriam responsáveis pela formação do gosto cultural dos indivíduos. Seria, especificamente, o que se chamaríamos de “capital cultural incorporado”, uma dimensão do habitus de cada um; uma predisposição a gostar de determinados produtos da cultura, por exemplo, filmes, livros ou música, consagrados ou não pela cultura culta; uma tendência desenvolvida em cada um de nós, incorporada e que supõe uma interiorização e identificação com certas informações e/ou saberes; um capital, enfim, em uma versão simbólica, transvertido em disposições de cultura, portanto, fruto de um trabalho de assimilação, conquistado a custa de muito investimento, tempo, dinheiro e desembaraço no caso dos grupos privilegiados.

Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/uma-introducao-a-pierre-bourdieu/ Acessado em 23 de abril de 2016, às 19:33

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