Cultura
O conceito de cultura é um termo extremamente complexo. Embora pareça simples, uma mesma palavra pode assumir diferentes significados. Essencialmente, para as Ciências Sociais, cultura significa o conjunto de tradições e invenções, de produções simbólicas e materiais que caracterizam determinado grupo social.
A Antropóloga estadunidense Ruth Benedict (1887-1948), afirma que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Nesse sentido, cultura seria a ideia de significado, ou seja, a forma como estabelecemos significações para as coisas que nos rodeiam. Essas significações são diferentes para cada grupo social, o que manifesta a diversidade cultural existente.
Industria Cultural
A ideia central da Industria Cultural não é somente o lucro. Seria a capacidade de dominar a visão de consumo dos indivíduos. É a criação de necessidades. As elites dominantes buscariam incutir seus interesses e modos de pensamentos, difundindo-os pelos meios de comunicação, sobre as massas.
A diversão é mais relevante do que a reflexão. Os cidadãos são bombardeados de informações que os induzem a tomar decisões não refletidas. Tomando-as como se fossem naturais, como se fosse o padrão de comportamento esperado.
Esse conceito foi elaborado pela Escola de Frankfurt. Um de seus expoentes foi Theodor Adorno. Segundo ele:
“[…] A satisfação compensatória que a indústria cultural oferece as pessoas ao despertar nelas a sensação confortável de que o mundo está em ordem, frustra-as na própria felicidade que ela ilusoriamente lhes propicia. O efeito do conjunto da indústria cultural é o de uma anti-desmistificação, a de um anti-iluminismo; […] Ela impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Mas estes constituem, contudo, a condição previa de uma sociedade democrática, que não poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados.[…]”.
ADORNO, T. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (org.). Theodor W. Adorno – Sociologia. São Paulo: Ática, 1986 (Col. Grandes Cientistas Sociais).
É possível, ao refletir sobre o conceito de Industria Cultural, explorado pelos autores da Escola de Frankfurt, destacar uma limitação importante a essa visão. Seria o de tratar a todos os espectadores como indivíduos não dotados de senso crítico e de serem incapazes de confrontar e selecionar informações. Outra limitação importante seria o fato de considerarem que todo e qualquer produto advindo da indústria cultural é visto exclusivamente como mercadoria. Não sendo possível conter sentidos artísticos, sendo sempre, apenas mercadorias.
Escola de Frankfurt
A Escola de Frankfurt nasceu no ano de 1924, em uma quinta etapa atravessada pela filosofia alemã, depois do domínio de Kant e Hegel em um primeiro momento; de Karl Marx e Friedrich Engels em seguida; posteriormente de Nietzsche; e finalmente, já no século XX, após a eclosão dos pensamentos entrelaçados do existencialismo de Heidegger, da fenomenologia de Husserl e da ontologia de Hartmann. A produção filosófica germânica permaneceu viva no Ocidente, com todo vigor, de 1850 a 1950, quando então não mais resistiu, depois de enfrentar duas Guerras Mundiais. Ela reuniu em torno de si um círculo de filósofos e cientistas sociais de mentalidade marxista, que se uniram no fim da década de 20. Estes intelectuais cultivavam a conhecida Teoria Crítica da Sociedade. Seus principais integrantes eram Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Leo Löwenthal, Erich Fromm, Jürgen Habermas, entre outros. Esta corrente foi a responsável pela disseminação de expressões como ‘indústria cultural’ e ‘cultura de massa’. A Escola de Frankfurt foi praticamente o último expoente, o derradeiro suspiro da Filosofia Alemã em seu período áureo. Ela foi criada por Félix Weil, financiador do grupo, Max Horkheimer, Theodor Adorno e Herbert Marcuse, que a princípio a administraram conjuntamente. Ernst Bloch e o psicólogo Erich Fromm acompanhavam à distância o despertar desta linha filosófica, que vem à luz justamente em um momento de agitação política e econômica vivido pela Alemanha, no auge da famosa República de Weimar. Seus membros seriam partícipes e observadores das principais mutações que convulsionariam a Europa durante a Primeira Guerra Mundial, seguida por outros movimentos subversivos, dos quais ninguém sairia impune. […] Disponível em: <http://www.infoescola.com/filosofia/escola-de-frankfurt/>. Acessado em 08 de maio de 2016, às 20:37. |
As questões sobre cultura e indústria cultural tendem a aparecer em vestibulares explorando essa conceituação. A de visão de mundo e o que ela produz e representa.
Não costuma aparecer no sentido da especificidade das culturas ao redor do mundo, mas sim, no sentido de explorar a ideia de visão de mundo.
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